A obra de Petrônio foi escrita num momento de crise econômica do Império Romano, durante o governo de Nero (entre 62 e 66 d.C.) e reflete o clima de libertinagem e de decadência do período. O texto utiliza um realismo paródico que seria imitado por gerações de escritores ao longo do tempo, passando de Tácito e Boccacio, a Proust e Henry Miller.
Petrônio faz a crônica da Roma Antiga, mostrando um universo em que se movem assassinos, prostitutas, vagabundos, sacerdotisas, novos-ricos grosseirões, corruptos, puxa-sacos, entre outros tipos extravagantes obcecados por sexo e prestígio social. Segundo sua visão, numa sociedade corrompida dedicada apenas à busca do prazer, vive-se cada dia como se fosse o último.
Vale lembrar que em 1969, o diretor Federico Fellini fez uma extraordinária versão cinematográfica (toda falada em latim) inspirada na obra de Petrônio, adaptando com sua inventividade habitual os temas da decadência de Roma, presentes, por sinal, em todos os seus filmes. O filme foi lançado no Brasil, e encontra-se disponível num DVD da Coleção Silver Screen. Vale a pena conferir esse clássico, tanto em livro quanto em filme.
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