5 de março de 2009

Watchmen - O Filme

A Adaptação para o cinema de Watchmen é do mesmo diretor de 300, Zack Snyder, que ao que parece especializa-se em adaptações de quadrinhos de super-heróis. Haverá homofobia neste seu novo filme? Em 300, apesar de Snyder mostar tantos soldados saradões, com suas barrigas tanquinho de fora, o vilão do filme (Rodrigo Santoro) era mostrado claramente como um homossexual afetado. Além disso, os atenienses são desconsiderados pelos soldados de Esparta como "filósofos pederastas".

O filme 300 foi acusado, não à toa, de fascista. Em Watchmen, ao que me parece, um dos personagens mais importantes da trama, o Ozymandias (que na HQ não indicava a sua sexualidade, embora houvesse especulação por parte do herói investigador Rorschach) é no filme mostrado como um homossexual enrustido e afetado. Mais uma vez um homossexual é o vilão da história.

Hollywood é notória por tratar homossexuais como marginais, retratando-os eternamente como vilões, assassinos ou psicopatas. Aquele brilhante documentário gay, The Celluloid Closet (1995) tratava justamente sobre isso. Quando O Silêncio dos Inocentes (1991) e Instinto Selvagem (1992) estrearam nos EUA, vários grupos militantes gays fizeram protestos, ameaçando boicotar os dois filmes por contribuirem com uma visão negativa dos homossexuais no cinema.

No entanto os realizadores de Watchmen devem evitar um dor-de-cabeça daquelas por não mostrarem o personagem Ozymandias como um homossexual assumido, diferente do aspirante a transexual de O Silêncio dos Inocentes ou da bissexual interpretada por Sharon Stone. Não, só há sugestões de homossexualidade no filme de Zack Snyder.
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Sugestões estas nada sutis como se pode ver pela foto ao lado do ator Matthew Goode no papel do super-herói vilão. O problema de retratar um genocida desvairado como um protótipo de homossexual é mais uma vez o estereótipo, que ajuda a criar uma pecha para os gays. Já basta o fato de que Hollywood praticamente se recusa a dar papéis que não sejam gays para atores assumidos (como um exemplo, o ator inglês Ruppert Evereth, que já veio a público denunciando sua marginalização na meca do cinema americano). Uma pena.

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