16 de abril de 2009

Vídeo Sexy: Hot Backstage

Na praia

Frente e verso


Cores vivas



Livro: Todos os corpos de Pasolini

Durante anos a grande questão envolvendo o famoso cineasta italiano morto, era "quem matou Pasolini?" - indagação até hoje não respondida, já que o suposto único culpado pelo assassinato, o garoto de programa Pelosi, 30 anos após a condenação pelo crime, surpreendentemente veio a público revelar que, ao contrário do que sempre afirmara, não fora o único envolvido na morte do poeta e cineasta.

Pelosi finalmente quebrou o silêncio sobre o crime e afirmou que todos os que antes poderiam ameaçar sua vida hoje estão "mortos ou velhos demais". Mas as provas materiais que poderiam levar aos criminosos estão todas perdidas e ficou patente a falta de interesse da polícia italiana em conduzir as investigações.

Pier Paolo Pasolini foi um dos mais polêmicos e também um dos maiores poetas, críticos, ensaístas, romancistas, estetas e cineastas do século XX. Sua obra completa é um universo imenso, com mais de 16 mil páginas de poemas, romances, contos, crônicas, ensaios, peças, roteiros e cartas, sem contar seus 26 filmes, e uma grande quantidade de desenhos, pinturas, traduções, entrevistas e performances. A riqueza de seu legado é fascinante.

O adjetivo pasoliniano ficará para sempre associado a uma estética humanista e antiburguesa, que buscará manifestações da sacralidade entre os corpos do subproletariado, expressando um franco erotismo através de um estilo inovador, que busca a "verdadeira poesia", tanto na vida como no cinema.

O livro concentra muitos Pasolinis: o da juventude na província, o intelectual militante de esquerda, o filho obcecado pela mãe e inimigo do próprio pai, o homossexual réprobo que será expulso do PCI, o cineasta inovador, o poeta que resgatará o idioma friulano do desprezo voltado aos falares camponeses pelos fascistas... São muitos os olhares e as indagações que uma obra tão criativa e radical despertam.

O autor do livro é Luiz Nazário, crítico e escritor de origem italiana nascido em São Paulo, que estudou na Alemanha e em Israel, doutor em História pela USP e colaborador na imprensa, com vários livros, artigos e ensaios publicados. Valendo-se de excertos de cartas, entrevistas, poemas, diários, anotações, roteiros e romances de Pasolini, além da extensa pesquisa bibliográfica, Nazário faz uma análise minuciosa, psicanalítica, crítica, à desafiadora obra pasoliniana, revê seus filmes e narra detalhes cruciais da biografia do artista, analisa a coerência de seu posicionamento ético e estético diante da vida, seu desprezo pela moral e valores burgueses, sua fixação por um mundo primitivo, pré-cristão, pré-civilizatório, mítico, quando todas as instâncias do corpo e da vida estavam ligadas ao sagrado.

Um livro magistral, lindíssimo, denso, terrível, incisivo, obrigatório. Como os filmes de Pasolini:


15 de abril de 2009

Vídeo Sexy: O Grafiteiro

Mp3

Discos

Tatoo

Prata

Polêmica: Homofobia brasileira

Cresceu em 55% o número de homicídios de homossexuais no Brasil de acordo com relatório anual divulgado pelo Grupo Gay da Bahia. Em 2008 foram contabilizados 190 casos de homicídio, contra 122 em 2007.

Pernambuco é o estado que lidera em número de assassinatos de homossexuais. Foram 27 casos registrados em 2008.

Segundo o GGB, o resultado do relatório em 2008 eleva o Brasil à triste posição de líder mundial da homofobia. O México aparece em segundo lugar, com 35 casos no ano passado. E os Estados Unidos vem em seguida, com 25 assassinatos de homossexuais.

Como o índice de assassinatos apenas cresce no país, e é conhecido o escandaloso descaso das autoridades (in)competentes, o GGB pretende denunciar o governo brasileiro à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), de acordo com declarações do fundador da entidade, o antropólogo Luiz Mott.

O GGB lembra que a administração federal ainda não cumpriu as diretrizes do Programa Brasil Sem Homofobia, lançado em 2004 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos. O plano inclui ações voltadas à promoção da cidadania e ao fortalecimento da defesa dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.

Quem sabe temendo uma repercussão negativa no estrangeiro, "o cara" (Lula, na visão equivocada de Obama) acorde para o verdadeiro genocídio gay que ocorre no país que ele representa viajando mundo afora.

P&B


Trio


Jeans

Tronco

Livro: Tom Of Finland XXL

A editora alemã Taschen está lançando Tom Of Finland XXL, um digno volumão (29 por 40,5 cm) com a obra completa de Tom Of Finland. São 666 páginas contendo mais de mil imagens criadas pelo artista durante seis décadas de produção.

Esta compilação só foi possível graças ao levantamento completo da obra de Tom Of Finland, junto a colecionadores da Europa e da América, incluindo inúmeros desenhos, esboços e pinturas jamais reproduzidos em qualquer outro livro.

Vale destacar que mesmo obras muito conhecidas aparecem aqui em seu contexto original, já que pela primeira vez estão postas em sequência de acordo com as intenções e propostas artísticas originais do seu criador.

Todo o talento do artista vem à tona através das imagens elegantes que retratam com uma franqueza incomparável o prazer sexual entre homens, mas também está presente nas sensíveis cenas de amor quando Tom dedica-se a homenagear as vítimas da epidemia da Aids.

Além das imagens impressionantes, o livro está recheado de ensaios de intelectuais, escritores ou artistas como Camille Paglia, John Waters, Armistead Maupin e outros, além de vir com uma análise detalhada de certos trabalhos pelo historiador de arte Edward Lucie-Smith.

Alguns trechos da obra:


Vídeo Sexy: Beijo Gay

14 de abril de 2009

Dois

Cama


Banho

Underwear


Mário Faustino: O homem e sua hora

A obra de um dos maiores poetas brasileiros padece de um problema sério: é praticamente desconhecida. Trata-se de um poeta erudito, com um quê de profético tanto em sua curta vida quanto em sua magnífica poesia, marcada pela paixão (homoerótica) e pela atração pela morte, um de seus temas mais constantes.

A única explicação para o olvido de uma poética tão densa pode ser a seguinte: o piauiense Mário Faustino morreu muito precocemente (aos 32 anos), num acidente de avião no Peru, em 27 de novembro de 1962. Até então só havia publicado um livro de poemas, a sua grande estreia O Homem e sua hora (1955), livro relançado em 2004 pela Companhia das Letras.

Faustino era já bastante conhecido por sua coluna Poesia Experiência publicada no Jornal do Brasil de 1952 a 1958, lida por todos que faziam poesia neste país. Foi um dos primeiros críticos a apoiar as inovações do Concretismo, embora não renunciasse como os concretistas ao verso, que continuaria a cultivar genialmente em seus próprios poemas. Foi um crítico muito contundente contra os poetastros, definindo seus defeitos com argumentos cortantes, e exigia precisão, conhecimento de causa e domínio da palavra por parte de todos os fabricantes de versos.

O relançamento sua poderosa obra poética e crítica pela Companhia das Letras pode servir para formar novos leitores entre a atual geração. Há ainda Mário Faustino - uma biografia, lançada em Belém do Pará, excelente ensaio documentado e ilustrado para os que desejam se aprofundar no conhecimento da vida do poeta. A autora, Lilia Silvestre, narra em detalhes a formação intelectual, a erudição, a amizade com o filósofo Benedito Nunes, o trabalho como jornalista, o envolvimento passional com a poesia.

A biografia brilha ainda por não fugir a um assunto que muitos preferem evitar ao relatar a vida de escritores brasileiros famosos: a homossexualidade do poeta, que nela é tratada com atenção e delicadeza. Mário Faustino era discreto, mas assumido. Vivia com um rapaz. Este nunca se envolveu com outro homem após a morte do poeta. Casou-se com uma mulher. Na entrevista reafirma a importância da relação que tiveram para sua vida pessoal: "Eu amava o Mário".


Sinto que o mês presente me assassina,
As aves atuais nascem mudas
E o tempo na verdade tem domínio
Sobre homens nus ao sul de luas curvas.
(Mário Faustino)

12 de abril de 2009

Olhar


Nu

Vermelho vivo

Militar


Filme em DVD: The Bubble (2006)

The Bubble, de Eytan Fox (diretor do belo Uma Delicada Relação), mostra a amizade de um grupo de jovens israelenses, pacifistas e despolitizados que moram em Tel Aviv. Quase todos os protagonistas do filme são gays. Alguns héteros do filme são mostrados de modo nada simpático, como cafajestes ou terroristas.

Um dos rapazes da turma se apaixona por um palestino. Apesar do filme mostrar os moços se acoplando na cama, este não é mais um filme de amor GLBT como tantos outros. Pretende ser incisivo, ao tratar sobre um amplo espectro de preconceitos (políticos, sexuais, religiosos, econômicos) que destroem os relacionamentos (ou as vidas) das pessoas.

Ironicamente, de modo involuntário, a personagem mais destrutiva do filme acaba sendo a melhor amiga dos protagonistas gays. Misoginia do diretor? A história ganha contornos dramáticos quando, perto do final, emergem os conflitos que os jovens tentavam deixar do lado de fora da "bolha" de paz e amor que ergueram para si, mas que, num filme sobre Israel, fatalmente explode.

"Bolha" é o apelido pejorativo da cidade de Tel Aviv, em Israel, como explica o diretor nos extras do DVD.

Um filme bem assistível, voltado principalmente (mas não somente) para o público gay. O filme, de 2006, mostra alguns dos principais problemas na relação entre israelenses e palestinos e sua força vem daí. A julgar pela situação instável na Faixa de Gaza, demorará ainda um longo tempo para The Bubble ficar datado.

9 de abril de 2009

Lista: 100 Discos Gays

Em 2008 a revista americana Out, voltada para o público gay, pediu a vários colaboradores, dentre os quais muita gente notoriamente assumida, como os cantores Boy George e Rufus Wainright, que elaborassem uma lista selecionando "os 100 discos mais gays de todos os tempos".

E... surpresa! Na liderança da tal lista não constam itens óbvios como os álbuns de Gloria Gaynor, Village People ou Barbra Streisand. Os três discos mais gays de todos os tempos são respectivamente: The Rise And Fall Of Ziggy Starsdust, de David Bowie, The Smiths (1984) e Tracy Chapman (1988).

Felizmente tenho os dois primeiros em cd. Bem como todos os discos do Velvet Underground, alguns de Lou Reed, Patti Smith, Blondie, Dusty Springfield, e outros presentes na lista, mas creio que tais artistas deveriam constar em qualquer lista de melhores discos de todos os tempos, independente dos gêneros sexuais dos próprios artistas ou de seus admiradores.

De qualquer forma a idéia é interessante, mas os discos citados são exclusivamente americanos ou ingleses. Daí me pergunto porque alguma publicação gay nacional ainda não fez nada parecido, porque afinal ninguém escolheu "os discos mais gays dos Brasil?" Eu certamente votaria nestes:




1. Renato Russo - The Stonewall Celebration Concert (1994)




2. Cássia Eller (1994)





3. Angela Ro Ro (1979)




4. Secos & Molhados (1973)

5. Marina Lima (1991)




6. Cazuza, Ideologia (1988)

7. Gal Costa - Fa-Tal, A Todo Vapor (1971)


Além destes clássicos gay, é claro: 8. Legião Urbana - Dois (1986), 9. NoPorn (2006), 10. Adriana Calcanhotto - Senhas (1992), 11. Rita Lee & Tutti Frutti - Fruto Proibido (1975), 12. Bebel Gilberto - Tanto Tempo (2000), 13. Textículos de Mary - Cheque Girls (2003), 14. Cansey de Ser Sexy (2005), Frenéticas (1977), 15. Fagner - Manera, Fru Fru, Manera (1973), 16. Barão Vermelho - Maior Abandonado (1984), 17. Caetano Veloso - Araçá Azul (1972), 18. Ney Matogrosso - Pecado (1977), Maria Bethânia - Álibi (1978), 20. Bojo & Maria Alcina - Agora (2003) etc...

Segue, na íntegra, a lista original da Out:


1. David Bowie - The Rise and Fall of Ziggy Stardust (1972)
2. The Smiths - The Smiths (1984)
3. Tracy Chapman - Tracy Chapman, (1988)
4. Indigo Girls - Indigo Girls (1989)
5. Judy Garland - Judy at Carnegie Hall (1961)
6. The Smiths - The Queen is Dead (1986)
7. Elton John - Goodbye Yellow Brick Road (1973)
8. Madonna - The Immaculate Collection (1990)
9. Cyndi Lauper - She's So Unusual (1983)
10. Antony and the Johnsons - I Am A Bird Now (2005)
11. Hedwig and the Angry Inch (2001)
12. The Velvet Underground & Nico - The Velvet Underground (1967)
13. Ani DiFranco - Dilate (1996)
14. Erasure - The Innocents (1988)
15. George Michael - Faith (1987)
16. Queen - A Night at the Opera (1975)
17. Lou Reed - Transformer (1972)
18. George Michael - Listen Without Prejudice, Vol. I (1990)
19. The B-52s - The B-52's (1979)
20. Queen - A Day at the Races (1976)
21. David Bowie - Hunky Dory (1971)
22. The Gossip - Standing in the Way of Control (2006)
23. Deee-Lite - World Clique (1990)
24. Sylvester - Living Proof (1979)
25. k.d. lang - Ingénue (1992)
26. Scissor Sisters - Scissor Sisters (2004)
27. Eurythmics - Sweet Dreams (Are Made of This) (1983)
28. Queen - The Game (1980)
29. Pet Shop Boys - Actually (1987)
30. Diana Ross - Diana (1980)
31. Sarah McLachlan - Fumbling Towards Ecstacy (1993)
32. The Smiths -Meat Is Murder (1985)
33. The Smiths - Hatful of Hollow (1984)
34. Donna Summer - Bad Girls (1979)
35. Yazoo -Upstairs at Eric's (1982)
36. Madonna - Erotica (1992)
37. Blondie - Parallel Lines (1978)
38. Dusty Springfield - Dusty in Memphis (1969)
39. Laura Nyro and Labelle - Gonna Take A Miracle (1971)
40. Pet Shop Boys - Behavior, (1990)
41. Melissa Etheridge - Yes, I Am (1993)
42. ABBA - Gold (1992)
43. Prince - Purple Rain (1984)
44. Pet Shop Boys -Very (1993)
45. Bikini Kill, Pussy Whipped (1993)
46. Madonna, Ray of Light (1998)
47. The Magnetic Fields - 69 Love Songs (1999)
48. Cris Williamson - The Changer and the Changed (1975)
49. Patti Smith - Horses (1975)
50. Rufus Wainwright - Poses (2001)
51. Frankie Goes to Hollywood - Welcome to the Pleasuredome (1984)
52. Kate Bush - Hounds of Love (1985)
53. Culture Club - Colour by Numbers (1983)
54. Tori Amos - Little Earthquakes (1992)
55. David Bowie, Diamond Dogs (1974)
56. Team Dresch - Personal Best (1994)
57. Prince - Dirty Mind (1980)
58. Liz Phair - Exile in Guyville (1993)
59. Bronski Beat -The Age of Consent (1984)
60. R.E.M. -Automatic for the People (1992)
61. Sleater - Kinney, Dig Me Out, (1997)
62. Jeff Buckley, Grace (1994)
63. Björk - Debut (1993)
64. Patti Smith - Easter (1978)
65. Le Tigre -Le Tigre (1999)
66. Soft Cell - Non-Stop Erotic Cabaret (1981)
67. Hüsker Dü - Candy Apple Grey (1986)
68. Nirvana - Nevermind (1991)
69. Frances Faye - Caught in the Act (1959)
70. Rent (1996)
71. Elton John - Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy (1975)
72. Donna Summer - Once Upon a Time (1977)
73. Fame soundtrack (1980)
74. Michael Jackson - Off the Wall (1979)
75. Carole King - Tapestry (1971)
76. Ani DiFranco - Imperfectly (1992)
77. New Order - Substance (1987)
78. The Rocky Horror Picture Show (1975)
79. T. Rex - Electric Warrior (1971)
80. Rufus Wainwright - Want One (2003)
81. Scissor Sisters - Ta-Dah (2006)
82. Cher - Believe (1998)
83. Bette Midler - The Divine Miss M (1972)
84. Cyndi Lauper - True Colors (1986)
85. Nina Simone - Anthology (2003)
86. Madonna - Madonna (1983)
87. Madonna - Confessions on a Dance Floor (2005)
88. Hüsker Dü - Zen Arcade (1984)
89. Fifth Column - To Sir With Hate (1986)
90. Kate Bush - The Kick Inside (1978)
91. Grace Jones - Nightclubbing (1981)
92. Morrissey - Viva Hate (1988)
93. Sade - Lovers Rock (2000)
94. Hair (1968)
95. Culture Club - Kissing to Be Clever (1982)
96. Nick Drake - Bryter Layter (1970)
97. Janis Ian - Between the Lines (1975)
98. Ferron - Testimony (1980)
99. Joni Mitchell - For the Roses (1972)
100. The Beatles - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967)