31 de maio de 2009

Caderno especial

Strip

Seminu

Louro

O mundo pop e a caretice

O sucesso dos Jonas Brothers só me faz pensar no recrudescimento da caretice no mundo pop atual.
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Talvez seja sintomático de um conservadorismo mais geral e dominante numa sociedade afundada em religião e mediocridade. Ao mesmo tempo em que os Brothers posam de bons moços, uma Lady GaGa abusadíssima conquista cada vez mais público, confessando sua bissexualidade publicamente.
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Seja como for nenhum destes "artistas" me diz absolutamente nada.
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Eles tocam por aí, mas não fedem, não cheiram, não me comovem nem me revoltam. O que passam é que lhes sobram as atitudes, supostamente reacionárias ou ousadas. Mas falta o principal: a música.

24 de maio de 2009

Lançamento em DVD: Control (2007)

Control conta a breve trajetória artística e pessoal de Ian Curtis, o letrista e vocalista do grupo inglês Joy Division, que se tornaria um mito do rock não só pela sonoridade incomum da banda associada à melancolia ultra-romântica de suas letras, mas principalmente pelo suicídio de Curtis, aos 23 anos, em 1980, quando o grupo, à época admirado apenas por alguns iniciados, estava às vésperas da primeira excursão pelos EUA.

O filme é dirigido pelo estreante Anton Corbjin, que conviveu pessoalmente com Ian Curtis no período retratado pelo filme. Corbjin foi o fotógrafo responsável pelas belíssimas imagens em preto-e-branco que transformariam o Joy Division num dos mais fortes símbolos icônicos do rock dos anos 80. Em Control ele repete a técnica, expressando sem cores a visão pessimista que Curtis tinha da existência humana. A trama baseia-se num livro escrito pela viúva de Ian Curtis, Debbie (interpretada no filme por Samantha Morton) e mostra em detalhes os relacionamentos afetivos que o artista manteve com a jovem esposa (com quem casou-se na adolescência e teve uma filha) e a amante belga, Annik Honore.

As apresentações de Ian Curtis ao vivo se dão por gestos e danças espasmódicas que de certo modo lembram a epilepsia, doença que o acometeria aos 20 anos. O desempenho do jovem ator Sam Riley no papel demonstra um envolvimento emocional e um grau de exposição raríssimos de se ver.

Control é um filme delicado, profundo, envolvente e com uma trilha sonora imperdível. Outro mérito inegável é o de fugir a todos os clichês já vistos nas biografias de roqueiros.

21 de maio de 2009

Arte e cu...ltura

Guarda-volumes

Espelho, espelho meu...

Tudo!

Belos da telinha: Micael Borges

Malhação segue imbatível: é uma das coisas mais bobinhas da TV brasileira. Sempre com tratamento superficial e muitas vezes fútil de temas atuais, o programa foca o público aborrescente, que gosta de acompanhar os melodramas baratos, as paixonites sem sal e as cenas levemente cômicas desempenhadas de modo sofrível por um elenco jovem e boa pinta.
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Por incrível que pareça, o programa tem crescido no ibope.
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Eu acredito que seja pela beleza de Micael Borges (foto), o primeiro protagonista negro do programa. Micael tem 19 anos, é lindo como um deus e já foi visto antes num filme aclamado internacionalmente, Cidade de Deus. Ele era um dos pivetinhos do filme. Em Malhação ele faz par "romântico" com a lindíssima Bianca Bin, cujos olhos são dois diamantes. O casal de atores iniciantes é de tirar o fôlego de gente de diversas faixas etárias. Talvez tenham algum talento cênico, não sei, nunca reparei direito, mesmerizado pela beleza dos dois.
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Borges pode vir a dar (o que falar) quando um dia deixar esse laboratório de atores que é Malhação, e partir para as fatídicas novelas. Mas com o tipão que ele tem, eu adoraria vê-lo num ensaio do Paparazzo (alô, povo da Globo!). Seria bem melhor que ver o ensaio dos lamentáveis ex-BBB9.

18 de maio de 2009

Tanquinho

Zzzzz

Homem do porto

Jeans

Lançamento em DVD: Saló (1975), de Pier Paolo Pasolini

Descrever Saló como uma parábola atroz, violenta e escatológica, que critica tanto a estrutura do poder quanto a sociedade de consumo contemporânea não dá uma medida exata do filme. É preciso ver para crer, e o lançamento deste filme escandaloso em DVD no Brasil ajuda a preencher aquela estante meio vazia: a dos filmes realmente polêmicos, que conta com um punhado de filmes extremos, como os memoráveis A Comilança ou então O Cozinheiro, O Ladrão, Sua Mulher e O Amante (ambos disponíveis em DVD no Brasil).
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Este filme é Pasolini em seu momento mais cruel e desesperançado. Ele foi feito pelo cineasta para renegar a sua Trilogia da Vida depois que a indústria cultural, a publicidade e o mercado pornográfico dos anos 70 apropriaram-se do erotismo, transformando o sexo e os corpos nus em mercadorias como outras quaisquer.
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Só um grande cineasta como Pasolini para contar uma história tão terrível, em que um grupo de fascistas (e um cardeal) reúnem-se num castelo da república de Saló para dar início a uma sequência impiedosa de orgias, humilhações, torturas e execuções de jovens de ambos os sexos.

O filme é uma tour de force. Eu o vi quase 20 anos atrás. No início da projeção, o cinema estava lotado. À medida que o filme seguia seu curso, o público ia debandando. Só me lembro, ao final, de ver uns poucos gatos pingados na saída (além de meu irmão e um amigo, alguns raros cinéfilos de estômago forte).
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Saló, Ou Os 120 Dias de Sodoma, o filme de Pasolini inspirado no romance homônimo do Marquês de Sade, é uma das experiências cinematográficas mais radicais, perturbadoras e inesquecíveis que já tive!

9 de maio de 2009

Do Começo ao Fim: novo trailer do filme

Acaba de vazar na rede mais um trailer do polêmico Do Começo Ao Fim, novo filme do cineasta Aluisio Abranches que retrata o amor apaixonado entre dois irmãos (os belos Rafael Cardoso e João Gabriel) que promete causar.

O primeiro trailer vazado e que eu já postei aqui no blog espalhou-se como uma pandemia por todo o mundo virtual, em milhares de sites e blogs. O vídeo teve mais de 25 mil exibições em apenas um dia de circulação, o que dá uma excelente medida do potencial de sucesso para o longa, ainda sem data prevista para estreia.

O novo (e belo) trailer é este aí:



Perfil

Comparações

Nadador

P&B

8 de maio de 2009

Vídeo Sexy: Irmãos Gêmeos

P&B

Sorriso

Shoe me

Man in Black

Filme polêmico feito no Brasil: Do Começo Ao Fim (2009)



Muita polêmica à vista é o que promete o lançamento este ano do longa Do Começo Ao Fim, o novo filme de Aluizio Abranches, diretor de Um Copo de Cólera (1999) e As Três Marias (2002). O filme toca num imenso tabu, o incesto, ao tratar sobre o envolvimento homossexual entre dois irmãos.
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O filme mostra um relacionamento de profundo afeto entre Gabriel e Thomas, a princípio apenas platônico durante a infância dos dois, mas é na vida adulta, logo após a morte da mãe deles (Julia Lemmertz) num acidente de automóvel, que os irmãos (de 21 e 27 anos) vêm a se tornar amantes.
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Não é apenas carinho entre irmãos o que eles sentem, mas amor de verdade. Como se o tema homoerótico fosse pouco para deixar os religiosos de cabelo em pé, Abranches ousa mexer num dos maiores tabus de nossa civilização, o incesto.
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O filme realizado em Buenos Aires e no Rio de Janeiro é a exuberante estreia da produtora Pequena Central, de Marco Nanini e Fernando Libonati e promete dar o que falar.
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O trailer segue aí embaixo:


Príncipes


Sombras


Waaal

Senta aqui...

Vídeo Sexy: Dream Boy (2009)

Livro: Obras Completas de Roberto Piva, Vol. 1 e 2

A Editora Globo vem relançando em vários volumes a obra poética completa de um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos, o surrealista Roberto Piva. Vale destacar o cuidado com que tais obras vem sendo editadas, com um acabamento gráfico impecável, análises de especialistas e referências bibliográficas indispensáveis.

O primeiro livro da compilação é Um estrangeiro na legião, que reúne os textos que foram editados originalmente no período entre 1961 e 1964. Estes são: o exórdio de Ode a Fernando Pessoa (1961), os manifestos assinados por "Os que viram a carcaça" (1962), o célebre Paranóia (1963) e Piazzas (1964).

Uma das características que podem ser examinadas nestes primeiros livros dos anos 60, reunidos do volume de estreia, é a liberdade e a libertinagem de versos que se afirmam pelo espírito da transgressão, Piva já nasce um poeta radical e pleno. Sua poética grita contra os alicerces da repressão dos instintos de vida.

O homoerotismo presente em toda a obra de Piva também se destaca nestes primeiros poemas, sobretudo em versos que glorificam precursores como Whitman, Rimbauld e Pessoa, todos poetas igualmente homoeróticos. As alusões às obras destes e de outros poetas muitas vezes vêm unidas a surpreendentes imagens de efebos, como aqueles "anjos de Rilke dando o cu nos mictórios".

O segundo volume, Mala na Mão & Asas pretas foi lançado agora pela Editora Globo, trazendo quatro livros lançados por Piva entre 1976 e 1983: o raro Abra os olhos e diga Ah! (1976), Coxas (1979), 20 poemas com brócoli (1981) e Quizumba (1983). A reedição na íntegra destes livros vem acompanhada dos manifestos poéticos esparsos que o poeta publicou entre 1983 e 1984. O período marca a maturidade poética de Roberto Piva, que especialmente no livro Coxas experimenta explorar o tênue limite que separa a prosa e a poesia.


"chove sobre a minha vida inteira, sufoco ardo flutuo-me
nas tripas, meu amor, eu carrego teu grito como um tesouro afundado
quisera derramar sobre ti todo meu epiciclo de centopéias libertas
ânsia fúria de janelas olhos bocas abertas, torvelins de vergonha,
........correrias de maconha em piqueniques flutuantes
vespas passeando em volta de minhas ânsias
meninos abandonados nus nas esquinas"


Roberto Piva, 1961