6 de março de 2009

Um Belo Caos: Jorge Guinle

O Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Fundação Iberê Camargo, de Porto Alegre, realizam em parceria a primeira retrospectiva da obra de Jorge Guinle, intitulada "Belo Caos". São exibidos, ao todo, 33 pinturas e 20 desenhos do artista plástico.

Morto pela Aids, aos 40 anos, em 1987, Guinle foi um dos pintores mais representativos da chamada "Geração 80", que revalorizava a pintura em tela após uma fase de predomínio da arte conceitual nos anos 70. Uma das influências mais notáveis em Guinle são as cores esplendorosas de Matisse, retrabalhadas com liberdade e vigor através de pinceladas anárquicas. Muitas de suas telas dispensaram até os pincéis e foram pintadas diretamente com os dedos.

Jorge Guinle notabilizou-se entre os gays brasileiros, no entanto, por outra razão, independente de sua arte. Após sua morte, o seu companheiro, o fotógrafo Marcos Rodrigues, entrou na justiça e ganhou o direito de receber parte dos bens de Guinle, com quem viveu por 17 anos. A família do artista (ele era filho do famoso playboy de quem recebeu o nome) não queria reconhecer a união nem os direitos de Marcos Rodrigues e sua vitória na justiça abriu um importante precedente para o reconhecimento de relações homoafetivas no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário